Idiomas e Internacionalização

Com participação de 1400 inscritos de diferentes países, IFTM realizou a 4ª Jornada de Idiomas e Internacionalização

O evento promovido pelo Centro de Idiomas da instituição ocorreu nos dias 25 e 26 de abril de forma virtual com transmissão ao vivo pelo canal do Instituto no YouTube. A Jornada objetiva fortalecer ações de Internacionalização e estimular a comunidade escolar e acadêmica a participar de programas de Mobilidade ofertados pelo IFTM
Publicado em 30/04/2024 11:00 Atualizado em 30/04/2024 14:34
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Foto colorida de tela de computador na qual aparece o rosto de diversos palestrantes da 4ª JOI do IFTM enquanto participavam do evento
Foto colorida de tela de computador na qual aparece o rosto de diversos palestrantes da 4ª JOI do IFTM enquanto participavam do evento
Crédito: Centro de Idiomas e Relações Internacionais do IFTM

Nos dias 25 e 26 de abril, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) realizou a 4ª Jornada de Idiomas e Internacionalização (JOI). O evento ocorreu de forma virtual com transmissão ao vivo pelo canal da instituição no YouTube. A Jornada, que é anual, objetiva fortalecer ações de Internacionalização do IFTM, chancelar a bilateralidade dos acordos da instituição com organizações parceiras e estimular a comunidade acadêmica a participar de futuros editais do Centro de Idiomas do Instituto.

“O IFTM tem insistentemente enfatizado os ganhos diretos e indiretos de internacionalizarmos a instituição. Queremos que todos os agentes do IFTM percebam que a JOI não somente contribui para o fortalecimento da área de ensino-aprendizagem de idiomas, mas também enriquece a trajetória acadêmica e profissional de nossos estudantes e servidores de todas as áreas. O DNA do evento é multiárea e essa característica transdisciplinar é o pilar estruturante da política de Internacionalização. Assim, compreendemos ser crucial calendarizarmos um evento anual desse tipo em nossa instituição. É isso que tem impulsionado a continuidade da Jornada”, relata o coordenador-geral do Centro de Idiomas e Relações Internacionais do IFTM (Cenid), Edilson Pimenta.

O tema da 4ª edição da JOI, assim como dos anos anteriores, é reflexo das tendências e dos debates mais frequentes nos grandes espaços de internacionalização. Neste ano, as mesas-redondas do evento abordaram, por diferentes óticas, o assunto cidadania global. Os palestrantes debateram sobre como há uma clara interconexão entre todas as pessoas do mundo e uma urgente necessidade de agirmos de forma mais colaborativa e cooperativa.

Programação da 4ª JOI do IFTM

A 1ª mesa-redonda contou com a participação de três especialistas em relações internacionais e interpessoais, que buscaram conceituar cidadania global ao público participante e exemplificar como o conceito se traduz na prática na educação brasileira. Rita Louback, da PUC Minas/BH, conceituou o termo central do evento 2024 e destacou a necessidade de reconhecermos a interdependência entre Estados e seus cidadãos. Ela também chamou os participantes para promoção de mais ações de engajamento cívico de forma a contribuir com a resolução de problemas internacionais, que afetam a todos.

Ana Carolina Oliveira, do Conselho Nacional dos Dirigentes da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif/DF) trouxe a compreensão da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) acerca do tema cidadania global e apresentou inúmeros exemplos de ações exitosas em que atuou como diretora de Relações Internacionais do Conif ou mesmo que a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica promoveu nos últimos anos. De acordo com a palestrante, é primordial que as diferentes iniciativas educacionais enfoquem a formação de líderes, que estejam engajados em resolução de conflitos e no desenvolvimento de relações interpessoais marcadas pelo respeito à diversidade.

Para encerrar a mesa-redonda de abertura, a psicóloga Cynthia Mota, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), destacou a empatia como marca preponderante de uma comunidade engajada com o outro e apontou o estudo do conceito de Comunicação Não-Violenta (CNV), que foi delineado e exemplificado pela palestrante em sua fala.

Também participaram da atividade o reitor do IFTM, Marcelo Ponciano da Silva, que realizou a abertura oficial do evento com uma fala sobre interconexão, respeito mútuo e pensamento global, e o coordenador-geral do Cenid e presidente da Comissão Organizadora da JOI 2024, Edilson Pimenta.

Na 2ª mesa, os palestrantes relataram os desdobramentos positivos advindos de suas experiências de internacionalização. Pedro Bastos, da Penn State University/Estados Unidos, narrou sua trajetória, desde quando atuava como professor de língua inglesa no Brasil até os dias atuais, como estudante de doutorado no exterior. Os desafios superados nos Estados Unidos e ganhos culturais, acadêmicos e profissionais da experiência foram compartilhados.

Rogério Victor, da University of Wollongong/Austrália, apresentou inúmeras formas de interação intercultural que tem vivenciado nos últimos três anos, enquanto convive com povos de todas as regiões do mundo na Austrália, onde cursa doutorado. De acordo com o palestrante, a noção de empatia, por exemplo, marca a relação internacional entre os pós-graduandos da sua Universidade, tendo em vista que até mesmo ações consideradas simples, como cozinhar coletivamente, passam a ter uma outra dimensão quando são considerados aspectos culturais de povos de todo o mundo.

Vinícius Carlesso, com formação pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, detalhou sua trajetória como médico cardiologista e empresário e acenou para os inúmeros ganhos que teve depois de decidir desenvolver um olhar global. Suas incursões em 37 países foram ponto de destaque em sua fala, já que sua disposição de buscar o contato com outros povos permitiu que sua mentalidade, seus atendimentos e seu escopo de atuação fossem positivamente alterados. Ele encerrou sua apresentação incentivando os ouvintes a participarem de oportunidades de experiências internacionais, como os intercâmbios promovidos por instituições de ensino, já que seriam oportunidades muito relevantes para começar a conhecer as diferenças culturais entre os povos de diferentes nações.

Concluiu a mesa-redonda Carlos Henrique, da Universidade Federal de Santa Catarina, que além de abordar seu tempo de atuação e formação na Espanha, enfatizou que se aventurar é fundamental para ser um cidadão global. O professor reforçou que neste processo existem pilares fundantes, tais como avaliação e aprimoramento; competências e ética; adaptabilidade e flexibilidade; discernimento e inovação; atualização contínua e networking e colaboração. A necessidade de reconhecer que não apenas línguas estrangeiras propiciam o desenvolvimento de cidadania global, mas, por exemplo, reconhecer o espaço da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta de interação com a comunidade surda é fundamental para que uma dimensão mais ampla de interconexão seja alcançada com todos também foi uma visão apontada pelo palestrante. Mediou a atividade Joyce Braga, professora de língua inglesa do IFTM Campus Uberlândia e membro da Comissão Organizadora da JOI 2024.

Na mesa de encerramento, quatro palestrantes, de diferentes origens, localidades e vivências, problematizaram o conceito de cidadania global. Luis Kauachi, da OUI-IOHE/Canadá e da Boston College/ Estados Unidos, ressaltou a urgência de trabalharmos o conceito de cidadania global nos meios acadêmico e profissional para que esses espaços se tornem meios de efetiva formação de cidadãos globais. Luiz Alberto, da ArcelorMittal/França expôs seu processo de desconstrução pessoal para ocupar posições de liderança pelo mundo. Brasileiro, mas radicado na França, Luiz trouxe sua trajetória e destacou que conhecer línguas foi primordial para que sua carreira internacional ocorresse.

Márcia Dias Lima, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi enfática ao defender que não se pode pensar em conexão entre pessoas sem considerar a relevância de ampliarmos o ensino-aprendizagem de línguas de sinais nas diferentes comunidades. A palestrante desmitificou questões ligadas ao universo das comunidades de surdos e conclamou o público a reconhecer o lugar importante que a Língua Brasileira de Sinais ocupa.

A JOI 2024 foi encerrada com a fala de Wagner Belo, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que desconstruiu a falsa compreensão de que internacionalizar e ser cidadão global seriam sinônimos de viajar muito. Para ele, é a atitude de cada cidadão, que se dispõe a verdadeiramente compreender e respeitar o outro, onde quer que esteja, que o caracteriza como um cidadão global. É a busca por impactar positivamente o mundo em que está inserido que o faz um cidadão do mundo. A mesa-redonda de encerramento foi mediada por Juliana Batista, professora de língua espanhola do IFTM Campus Patrocínio e também membro da Comissão Organizadora da JOI 2024.

A Jornada contou ainda com a colaboração de servidores que realizaram traduções simultâneas, já que algumas apresentações foram realizadas em outras línguas, como inglês, francês, espanhol e Libras.

A 4ª JOI repetiu seu sucesso de público com mais de 1400 inscritos e foi ainda mais além ao bater recorde do número de participantes em eventos promovidos do IFTM. Foram 90 instituições presentes, de todas as unidades federativas brasileiras, e de 4 outros diferentes países: Argentina, Canadá, Estados Unidos e França. A edição 2025, prevista também para abril, já está confirmada pelo setor de Internacionalização do IFTM.

Centro de Idiomas do IFTM

O Cenid do IFTM tem a missão de promover à comunidade interna e externa a oportunidade de adquirir conhecimentos em línguas e participar de atividades culturais inerentes à internacionalização, buscando tornar as pessoas aptas à fluência na língua alvo desejada para cada situação.

É hoje um dos cinco mais abrangentes centros de ensino de línguas da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica com aproximadamente 1800 estudantes matriculados em cursos de espanhol, francês, inglês, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Português para Estrangeiros. A partir de 2021, todos os materiais didáticos utilizados no Cenid são disponibilizados gratuitamente na forma de empréstimo, o que torna o ensino-aprendizagem das línguas ensinadas no IFTM totalmente acessível àqueles que tenham o sonho ou objetivo de aprender uma segunda língua.

Em 2023, o Cenid completou 10 anos. O período serviu de amadurecimento e fortalecimento da escola de idiomas do IFTM, que conta hoje com editais concorridos e com nível de formação reconhecido pela sociedade. As inscrições para os cursos de línguas iniciam-se geralmente em novembro e servem de mecanismo de oportunização de vagas à comunidade interna e externa que queira estudar outro idioma.

Mais informações podem ser obtidas na página do Cenid e nas redes sociais oficiais do IFTM.

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