IFTM realizou III Fórum de Ensino

Evento teve como tema “Desafios e perspectivas para a Educação Profissional e Tecnológica em tempos de pandemia"
Publicado em 23/06/2020 14:00 Atualizado em 27/07/2022 11:14
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Palestra realizada por professoras do IFC no dia 16 de junho durante o III Fórum de Ensino do IFTM
Palestra realizada por professoras do IFC no dia 16 de junho durante o III Fórum de Ensino do IFTM
Crédito: Comissão Organizadora do III Fórum de Ensino do IFTM

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) realizou, de 15 a 17 de junho, seu III Fórum de Ensino. O evento deste ano teve a temática “Desafios e perspectivas para a Educação Profissional e Tecnológica em tempos de pandemia” e, devido ao isolamento social adotado, ocorreu por meio de webconferências via Google Meet, das 14h às 17h, nos três dias de atividades, totalizando carga horária de nove horas.

O III Fórum de Ensino do IFTM objetivou possibilitar reflexões e diálogos sobre o processo de ensino-aprendizagem em tempos de isolamento social com foco nos seguintes aspectos: metodologias e estratégias pedagógicas; avaliação do processo de ensino-aprendizagem; e recuperação da aprendizagem. Contou com a participação online de cerca de 360 pessoas entre servidores da instituição e comunidade externa.

A abertura do evento, ocorrida na tarde do dia 15 de junho, foi realizada pela reitora do IFTM, Deborah Santesso Bonnas, que ressaltou a importância de atividades de capacitação neste momento de pandemia. Márcio José de Santana, Pró-Reitor de Ensino do IFTM e coordenador-geral do Fórum, aproveitou seu momento de fala para agradecer a participação de todos e também o trabalho da Comissão Organizadora do evento. Para tratar sobre os assuntos propostos, foram convidados profissionais de outras instituições de ensino do país, que também deram seus relatos sobre o trabalho que vêm desenvolvendo.

No primeiro dia do Fórum, o evento teve participação do professor Sidinei Cruz Sobrinho, do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), que falou sobre a educação formal como aproximação social em tempos de interações humanas remotas. Para Sidinei, neste momento, “para que nossas reflexões sejam coerentes, deve-se partir, em cada dimensão, da mesma concepção de educação e dos mesmos objetivos principais. Isso implica considerar que não bastam que as práticas (remotas e/ou presenciais) pensadas sejam boas ou viáveis em si mesmas, elas precisam ser boas e viáveis no sentido do bem comum. Portanto, se for o caso, dado o caráter de excepcionalidade imposto pela pandemia, deve-se cogitar, inclusive, revisar as próprias leis, tanto internas quanto externas, para que as ações sejam tratadas como exceções, mas respaldadas por um princípio maior que, seja qual for a situação, é inalienável: a dignidade humana”.

A segunda palestra do dia 15 de junho foi proferida por Rutiléia Maria de Lima Portes, pedagoga do IFTM, que discutiu sobre as experiências inclusivas da instituição, apresentou o número de estudantes com necessidades específicas atendidos em todos os campi e, em conjunto com Rosiane Maria da Silva, psicóloga do IFTM do Campus Uberlândia, apresentou ainda um diagnóstico sobre saúde mental dos estudantes com necessidades específicas do IFTM durante o isolamento social. Rutiléia destacou que a instituição ainda precisa avançar muito em relação à educação inclusiva e discutir sobre a identidade dos Núcleos de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas (Napnes).

No segundo dia, o III Fórum de Ensino do IFTM teve a palestra do professor Antônio dos Santos Júnior, do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), sobre metodologias ativas, estratégias e instrumentos de ensino remoto em tempos de isolamento social. Antônio expôs diversas ferramentas para o ensino remoto e lições que aprendeu durante sua experiência na Finlândia, além de compartilhar a forma como tem conduzido seu fazer docente em tempos de Covid-19.

Sobre as dificuldades dos professores em desenvolverem atividades remotas mais interativas, o professor comentou que “desenvolver um ambiente de aprendizagem dialógico é difícil, tenham certeza. Entendam que nem todos os estudantes vivem em ambientes dialógicos, nem todos eles aprenderam a conversar, ou a construir colaborativamente um entendimento. Nem todos têm pais ou algum mentor que os ensine através do diálogo. Nem todos os estudantes aprenderam a estudar. Ao entenderem isso, perceberão que os professores nunca serão substituídos, pois aprendizagem é desenvolvimento humano e isso é feito através da interação humana. Então, é preciso ensinar a ser dialógico. Eles precisam descobrir que têm direito à voz, que serão ouvidos, e que aquilo que eles falam tem importância para vocês”.

Em seguida, ocorreu mais uma palestra sobre educação inclusiva, ministrada pelas professoras de Atendimento Educacional Especializado (AEE) do Instituto Federal Catarinense (IFC), Judith Mara de Souza Almeida e Luana Tillmann. Foi relatado o trabalho por elas desenvolvido em conjunto com os Napnes na referida instituição durante o período de suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia. As professoras contaram que a equipe realizou suas ações a partir de divisão em Grupos de Trabalho (GT): GT Contingenciamento e Crise, com a função de pensar a parte técnica de retorno às aulas; GT Atividades de ensino remotas; e GT Desenvolvimento institucional, formados por professores e equipe pedagógica do IFC.

Além dessas ações, as palestrantes destacaram que a instituição conta com a sala de AEE, que tem como objetivos eliminar e/ou minimizar barreiras de acessibilidade, promover a equidade, o desenvolvimento de conhecimentos e da autonomia dos estudantes com necessidades específicas, além de planos de atendimento institucionalizados para esses estudantes. As palestrantes também compartilharam os protocolos inclusivos que o IFC está seguindo para atendimento aos estudantes com necessidades específicas neste período de pandemia.

No terceiro e último dia do Fórum, o professor José Carlos Rothen, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), abordou sobre avaliação e recuperação do processo de ensino-aprendizagem remoto em tempos de isolamento social. José Carlos fez um paralelo dos estilos de avaliação em sala de aula convencional e no ambiente virtual, apontando diferentes ações pedagógicas para cada contexto e para cada modalidade de atividade realizada, buscando resgatar o aspecto formativo da avaliação remota. Segundo ele, “a avaliação por pares é muito interessante, ajuda na formação de quem avalia e de quem é avaliado. É fundamental não ter caráter regulatório (valer nota), definir conjuntamente os critérios a serem utilizados, ensinar que avaliar não é apenas apontar problemas, mas também virtudes, desenvolver uma ética na fala, ensinar que não se pode agredir, ofender e desenvolver habilidade de ouvir”.

A última palestra do evento foi feita pela coordenadora de Educação Inclusiva do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), Claudete Marques das Neves, que relatou as experiências inclusivas da instituição. Claudete apresentou, no painel de indicadores do IFRO, a quantidade de alunos com necessidades específicas atendidos. Mostrou também todo o processo de planejamento das ações a serem feitas para atendimento a esses estudantes durante as aulas remotas, estabelecendo contato frequente com o estudante, verificando o andamento de todo processo, as dificuldades encontradas e, quando necessário, estabelecendo novas estratégias e ações. Além disso, falou sobre assessoramento aos professores, enfatizando a preferência pelo uso de materiais acessíveis, e as adaptações em relação às avaliações desses estudantes.

O encerramento do III Fórum de Ensino do IFTM ficou a cargo da reitora Deborah Santesso Bonnas, que reforçou a importância da união e do trabalho colaborativo de todos para que “possamos passar por esse momento da melhor forma possível e retornarmos em breve às nossas atividades normais”. A reitora também destacou o plano de capacitação dos servidores, que será desenvolvido ao longo do próximo semestre e a realização do IV Fórum de Ensino do IFTM. Todas as atividades do evento foram gravadas e em breve estarão disponíveis para acesso no canal oficial do IFTM no YouTube.

Ao final das palestras dos três dias de evento, foram realizados debates e trocas de experiências em salas online separadas por áreas do conhecimento. Esse momento configurou-se em um importante espaço de interação e troca de conhecimentos e de metodologias exitosas entre os participantes.

Ainda, ao final da palestra do último dia do Fórum, foi proposto pela equipe organizadora do evento que, em cada sala de debate referida acima, fosse elaborada uma proposição de ação pedagógica para discussão na Câmara do Ensino do IFTM, além de ter sido feito convite a todos os servidores da instituição que fizeram seus relatos para submetê-los ao livro Processos e Práticas de Ensino no IFTM – Desafios e Perspectivas para a Educação Profissional e Tecnológica em Tempos de Pandemia.

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